Poesia é a forma intituitiva de absorver as coisas do universo. Não precisa de livros, não precisa de conhecimento. Só de inspiração. É por isso que divido com vocês meu poema em prosa "Mudanças Climáticas", porque esse tema está pragmático e científico demais. Espero que gostem - e comentem!
Mudanças Climáticas
Arde em mim um fogo
Do qual só sinto o cheiro pesado de sua fumaça.
Os animais dentro da minha mata
Correm perdidos em todas as direções,
Tentando escapar das labaredas cada vez mais altas.
Eles não encontram saída...
Fervem em mim as águas de todas as geleiras.
O nível do mar de minha alma transborda;
Camadas e mais camadas de gelo derretem-se
E só têm uma saída: os olhos,
Que derramam as lágrimas de muitos ciclos de degelo e fogo.
Diz a parábola que a espada precisa do fogo
E precisa da água
Para alcançar a fortaleza.
Mas só sei de minha natureza,
Que não suporta tantas mudanças climáticas
Gelo, degelo e fogo.
Fumaça e cinzas.
Minha floresta interna quer sossego.
Quer as águas descendo, do alto da nascente, até o mar.
Quer a chuva fina, todo fim de tarde,
De vez em quando chacoalhar, com raios e trovões, na noite escura.
Minha floresta interna quer o equilíbrio,
Ouvindo apenas vozes de grilos e de sapos,
E ainda o som dos riachos dobrando a esquina em cada pedra.
Meus animais internos, sobretudo os tucanos, os cavalos e os leões,
Querem voar e correr para muito longe
Sem horizontes limitados.
Esses meus animais querem a certeza
De que o caminho de volta permaneça o mesmo.
Ainda que a paisagem mude por força dos ventos, das águas e do tempo
A minha floresta quer ser a mesma, sempre.
Minhas emoções não podem ser recicladas
Nem reutilizadas.
Elas são únicas.
E assim como a natureza externa do mundo tem seus ciclos,
A minha natureza também.
Ela precisa cambiar as emoções
Para dar espaço a outras.
Mas sempre preservando o principal,
Que é a própria essência do meu ser.
(Pico do Jaraguá, junho/2007)
Mudanças Climáticas
Arde em mim um fogo
Do qual só sinto o cheiro pesado de sua fumaça.
Os animais dentro da minha mata
Correm perdidos em todas as direções,
Tentando escapar das labaredas cada vez mais altas.
Eles não encontram saída...
Fervem em mim as águas de todas as geleiras.
O nível do mar de minha alma transborda;
Camadas e mais camadas de gelo derretem-se
E só têm uma saída: os olhos,
Que derramam as lágrimas de muitos ciclos de degelo e fogo.
Diz a parábola que a espada precisa do fogo
E precisa da água
Para alcançar a fortaleza.
Mas só sei de minha natureza,
Que não suporta tantas mudanças climáticas
Gelo, degelo e fogo.
Fumaça e cinzas.
Minha floresta interna quer sossego.
Quer as águas descendo, do alto da nascente, até o mar.
Quer a chuva fina, todo fim de tarde,
De vez em quando chacoalhar, com raios e trovões, na noite escura.
Minha floresta interna quer o equilíbrio,
Ouvindo apenas vozes de grilos e de sapos,
E ainda o som dos riachos dobrando a esquina em cada pedra.
Meus animais internos, sobretudo os tucanos, os cavalos e os leões,
Querem voar e correr para muito longe
Sem horizontes limitados.
Esses meus animais querem a certeza
De que o caminho de volta permaneça o mesmo.
Ainda que a paisagem mude por força dos ventos, das águas e do tempo
A minha floresta quer ser a mesma, sempre.
Minhas emoções não podem ser recicladas
Nem reutilizadas.
Elas são únicas.
E assim como a natureza externa do mundo tem seus ciclos,
A minha natureza também.
Ela precisa cambiar as emoções
Para dar espaço a outras.
Mas sempre preservando o principal,
Que é a própria essência do meu ser.
(Pico do Jaraguá, junho/2007)
Comentários
Repasso para vc uma brincadeira entre blogueiros: o meme da página 161:
1. Pegar um livro próximo (PRÓXIMO, não procure);
2. Abrir na página 161;
3. Procurar a 5ª frase completa;
4. Postar essa frase em seu blog;
5. Não escolher a melhor frase nem o melhor livro;
6. Repassar para outros 5 blogs.
Um abraço