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Bahia apresenta mais uma produção comunitária de cinema



Literalmente, uma câmera na mão e uma idéia na cabeça faz sentido para a turma do Cineclube Caravelas. Essa pequena cidade do litoral do Extremo Sul baiano, mais conhecida na mídia pelo Parque Nacional Marinho de Abrolhos, abriga um movimento cultural chamado Arte Manha, que entre outros produziu o lindo Não Mangue de Mim - que eu costumo utilizar em oficinas de educação ambiental e comunicação, por mostrar a realidade dos pescadores em uma história escrita, feita e dirigida pelos próprios comunitários.

Esta semana o grupo lançou o filme acima, Itajara e o Fantasma do Farol, uma história que mistura crítica a exploração do petróleo na região, romance e valorização da cultura afro-indígena. Há música, rituais pataxós, capoeira e participação de Tetha, membro da comunidade de Cumuruxatiba, que também é um dos repórteres comunitários do jornal Tanara, cujos participantes fazem parte da Reserva Extrativista Marinha do Corumbau.

As unidades de conservação do Extremo Sul, aliás, estão de parabéns por se envolverem com a produção de cultura local e de canais de comunicação, não necessariamente institucionais. No caso de Itajara, a paisagem é o maravilhoso Arquipélago de Abrolhos, um dos servidores do ICMBio (Marcelo Lourenço) participa da produção e o apoio da unidade foi indispensável.

Vale destacar ainda que a área de educação ambiental e educomunicação necessita, e muito, desse tipo de produção para a realização de oficinas e atividades como cinema ao ar livre, por exemplo. Vejo projetos gastando dinheiro criando filmes que servem mais de propaganda de instituições, com entrevistas chatérrimas feitas com pessoas que normalmente não nos interessam, do que como canais realmente a serviço da educação ambiental e da comunicação enquanto diálogo com as comunidades.

Parabéns, novamente, Caravelas!

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