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Novo jornal comunitário: O Oiti

Um grupo de moradores das comunidades de Pontinha, Riacho das Ostras e Primeiro de Abril, em Prado (BA), vai lançar, no dia 17 de outubro (sábado), o jornal comunitário O Oiti. O lançamento será durante a Conferência Municipal de Cultura, no hotel Praia do Prado, às 12h30.

Os participantes do jornal produziram textos e fotos sobre temas que têm a ver com seu universo. Agricultura orgânica, receitas, história das comunidades e o beiju, uma iguaria produzida na Pontinha, fazem a pauta do primeiro número.

“Nosso objetivo é mostrar as informações do jeito que elas são, apontar caminhos para a resolução de nossos problemas no dia-a-dia e apresentar as três comunidades com os seus artesãos, agricultores, salgadeiras, costureiras, beijuzeiros, professores”, explicam os comunicadores, no primeiro editorial do jornal.

O jornal O Oiti nasceu a partir de uma iniciativa de educação ambiental do Parque Nacional do Descobrimento e da Reserva Extrativista Marinha de Corumbau, no extremo Sul da Bahia. Comunidades que vivem no entorno dessas duas Unidades de Conservação (UCs) receberam oficinas para desenvolver jornais comunitários.

A estratégia de fazer jornal é uma das ferramentas da educomunicação, que se utiliza de metodologias participativas para que os envolvidos se apropriem de um repertório comum de reflexões sobre mobilização social, cidadania, saúde, cultura, educação ambiental, unidades de conservação e suas relações com a comunidade.

O gancho para o lançamento do jornal com a Conferência Municipal de Cultura é que as mídias comunitárias como O Oiti trazem a tona o que as comunidades têm de mais representativo e que precisa ser valorizado – a culinária, o modo de trabalhar, a memória dos moradores antigos. Cada participante da conferência irá receber um jornal com um beiju produzido na Pontinha.

O Oiti tem tiragem de mil exemplares e será distribuído nas três comunidades rurais e ainda no município de Prado.

Um pouco sobre o Parque do Descobrimento
Criado em 1999, o Parque Nacional do Descobrimento preserva 21.129 hectares de Mata Atlântica e rios importantes para a região, como o Cahy – um dos primeiros locais do Brasil descoberto pela esquadra de Pedro Álvares Cabral. No entorno do parque há assentamentos de reforma agrária, pescadores, e pequenos e médios produtores rurais.

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