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Artesão entrevista apaixonado pelo rio: são moradores da mesma comunidade em Caraguá

Ailton Dias de Menezes, artesão, mora no bairro do Porto Novo, em Caraguatatuba, há cinco anos. Durante o evento Ecoadventur, ele entrevistou Pedro Paes Sobrinho (na foto), 72 anos, um dos moradores mais antigos do rio Juqueriquerê e presidente da Acaju – Associação Caiçara Juqueriquerê, que trabalha pela preervação ambiental do rio.

Seu Pedro conhece o rio como ninguém e organiza mutirões de limpeza para recolher quilos e quilos de sujeira que ajudam a poluir suas águas. Seu sonho é conseguir um barco exclusivo para esses mutirões, e também para ficar de olho em quem pratica atividades ilegais como o desmatamento nas margens.

“Eu já me 'enganchei' na luta dele, participo de reuniões da Supereco quando eu posso e dou todo o meu apoio ao seu Pedro. Sempre quando vou a praia levo sacolinhas para recolher o lixo e espero que as pessoas façam o mesmo”, comentou Ailton, após o curto papo com o caiçara.

Acompanhe:

Como era o rio antes do que aconteceu com ele hoje?
Antigamente esse rio, que até hoje é navegável, Juqueriquerê tinha muita fartura de peixes, a gente bebia água dele, nossa mãe lavava roupa... hoje, nós temos até receio de entrar na água por causa da poluição. Mas mesmo assim estamos lutando para que, se ele não volte totalmente ao que era, pelo menos 80% seja mais puro do que está hoje.

Esse trabalho de canalização dos esgotos, você acha que vai trazer grandes melhoras pro rio?
Eu creio que vai melhorar 90%, porque estão fazendo todas as ruas, principalmente nas margens do rio, onde tem as casas ribeirinhas.

E as pessoas que jogam sujeira no rio, mesmo os moradores do rio que precisam dele?


Muitos acham que o rio é um lugar onde eles podem depositar o lixo. Só que o que eles estão fazendo é prejudicar a natureza. Estão aqui, precisando do rio, e fazendo sujeira. É a mesma coisa que a pessoa entrar na sua casa, passar por dentro do lixo e depois entrar pra dentro de casa e ir dormir.

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