Pular para o conteúdo principal

Educação ambiental em Nova Escola

Qual o papel da educação ambiental na educação formal? O que professores de escolas públicas estão fazendo para formar cidadãos conscientes, introduzir a metodologia do conhecimento científico e estimular tanto alunos, quanto educadores, para a reflexão e o respeito à humanidade e o planeta?

Essas foram algumas das perguntas que propus para a produção da reportagem Em Defesa do Planeta, capa da revista Nova Escola de maio, que está disponível on line (clique no título desse post para ler). Não foi fácil. Primeiro, os especialistas entrevistados (e a literatura disponível) falaram muito nos erros que as escolas cometem. Falta conhecimento, transdisciplinaridade, projetos duráveis, envolvimento da comunidade... e aí, como fazer para superar esses problemas?
A resposta não estava nos livros, mas em cinco experiências que encontrei pelo Brasil - São Paulo, Balneário Camboriú (SC), Benevides (PA), São Sebastião (SP) e Salvador (BA). Em comum, a garra de professores e diretores que buscaram informações e recursos didáticos por conta própria. Sim, algumas escolas tiveram o apoio de organizações não-governamentais; mas a maioria conseguiu bons resultados graças a iniciativa própria de seus profissionais.

Ressalto isso porque há seis meses buscava experiências de escolas para essa reportagem, e tive muita dificuldade. Só conseguia contato com projetos de ongs, de governos, de universidades, mas pouquíssimos trabalhando de forma realmente pedagógica com o universo escolar. É como o nome diz: escolas, principalmente as públicas, são um universo a parte. Professores contam com inúmeras situações para lidar, falta verba, falta respeito, falta estrutura... mas há quem esteje sempre disposto a mudar essas situações, desde que quem chegar com idéias e projetos entenda isso. E entenda que, para fazer educação ambiental, não basta entender um glossário de palavras pouco usuais fora das ciências, ou tentar implantar programas de reciclagem, se a escola mal se mantém limpa.

Ongs e ings (indivíduos não governamentais), mantenham-se atentos. A escola não é o único lugar para se praticar educação ambiental, mas é um bom lugar, um começo, ou um meio de alcançar a comunidade de entorno. Pensem nisso na hora de bolar de projetos, e envolvam os professores que realmente têm vontade de participar.

E atenção, escolas! Continuo na busca de experiências para novas reportagens. Quero mostrar trabalhos que estão sendo desenvolvidos icas sobre consumo consciente e mudanças climáticas na sala de aula. Enviem suas histórias para educomverde@yahoo.com.br, terei o maior prazer em conversar com vocês.

Comentários

Olá Débora! Recebi a revista ontem. Pela figura da capa logo identifiquei a reportagem... Parabéns, ficou ótima!
Josete
Anônimo disse…
Oi Debora,
Gostei do termo "ings":)
Parabéns pela materia, muitas experiencias interessantes e inspiradoras e dá para perceber o quanto este trabalho foi prazeroso para você!
bjs
Mary
Ivone Cordeiro disse…
Olá Debora, como vai?
Acabei de ver o link, parabéns pela excelente matéria.

Imagino o quanto foi gratificante conhecer as experiências citadas...é realmente maravilhoso esse universo ensinar e aprender formado por tantas dificuldades e também muitos exemplos brilhantes que nos motivam a continuar na caminhada permanente do conhecimento.

Estendo meus cumprimentos para as educadoras e tenho certeza que há muitas ações de educação ambiental aflorando pelo país afora.

Abraços,

Ivone - Osasco-SP
Anônimo disse…
Oi Deborah, deu bastante trabalho mas valeu, hem! Muito boa a matéria. Desejo q muitos educadores se inspirem no teu texto. abs Patricia Otero
jura disse…
Legal a sua reflexão, Débora! Brechtiana, diria, a sua transparência sobre a reportagem. Quanto coisa pode ser apagada na edição de uma matéria,né? Assim, como na sua reflexão, damos conta de que uma mensagem tem intenções, quase nunca são aleatórias. Já a indiquei para alguns colegas que se interessam pelo tema!
Abração,
Jura
Vivian disse…
Parabéns pela matéria, querida.
E vamos atrás daquele projeto, hein?
Beijocas!
Vivian
João Soares disse…
Parabéns pelo blogue.
Seja bem vinda ao meu blogue de Educação Ambiental.
Abraço desde Portugal.
BioTerra

Postagens mais visitadas deste blog

Download: atlas de bacia hidrográfica

O Instituto de Educação e Pesquisa Ambiental 5 Elementos , de São Paulo, "especializou-se" na publicação de materiais paradidáticos que podem ser utilizados na educação ambiental, tanto na escola quanto fora dela. São materiais feitos por e para educadores, diferente do que acontece com algumas editoras brasileiras - que nem sempre contratam pessoas com real vivência nessa área. Seu lançamento mais recente é o Atlas Socioambiental - Um Retrato da Bacia Hidrográfica dos Rios Sorocaba e Médio Tietê . Tive a oportunidade de participar da produção, editando textos dessa ferramenta que une mapas e uma leitura dos mesmos para entender a gestão e a conservação dos recursos hídricos. A publicação está disponível para download no site da 5 Elementos, junto a outros materiais produzidos pelo Instituto que, inclusive, estão com tiragem esgotada. É o caso do manual Lixo e Reciclagem , que traz temas como a história da relação do homem com seus resíduos, a classificação, coleta, transpor

Parábola da escola animal

Texto inteligente do filósofo Osho, publicado no blog Palavras de Osho . É para se pensar... "Um amigo me enviou esta linda história. Eu gostaria que você a conhecesse; ela pode ajudar. A história se intitula "A Escola Animal". Um dia os animais se reuniram na floresta e decidiram criar uma escola.Havia um coelho, um pássaro, um esquilo, um peixe e uma enguia, e eles formaram uma Diretoria. O coelho insistiu na inclusão da corrida no currículo. O pássaro insistiu na inclusão do voo no currículo. O peixe insistiu na inclusão da natação no currículo. E o esquilo disse que a subida perpendicular em árvores era absolutamente necessária ao currículo. Eles juntaram todas essas coisas e escreveram um roteiro do currículo. Então insistiram em que todos os animais aprendessem todas as matérias. O coelho, embora tirasse um "A" em corrida, teve uma enorme dificuldade em subida perpendicular em árvores. Ele sempre caía de costas. Logo ele teve um tipo de d

Comunicação 2.0: conversa e prática

Em um universo onde as redes sociais virtuais ganham cada vez mais espaço - o que nem sempre é sinônimo de diálogo e compartilhamento reais - a comunicação precisa ser pensada de maneira diferente nas organizações e coletivos que trabalham, principalmente, a mobilização social. Esse foi o mote do evento Comunicação 2.0: conversa e prática, realizado no dia 1 de março de 2018 no Impact Hub, em Manaus (AM), sede atual da Educom Verde Comunicação e Educação Ambiental. Porque 2.0? Uma brincadeira com referência a uma "versão" atualizada do que precisa ser a comunicação nas relações de hoje. Mais do que se preocupar com ferramentas, é preciso refletir sobre como nos comunicamos com os públicos que precisamos, sejam eles alunos de um professor, ou beneficiários do projeto de uma organização. A oficina abordou o campo da Educomunicação como proposta metodológica para o aprendizado por meio das relações de comunicação, seja como ferramenta, seja como processo. É pensar se