Pular para o conteúdo principal

Mudanças climáticas: a chance de fazer uma leitura crítica da imprensa


A leitura crítica da mídia é uma técnica que pode auxiliar os educadores nas questões globais, especialmente no que se refere ao tema meio ambiente. Não dá para ignorar que os meios de comunicação interferem diretamente na nossa visão de mundo, pois basicamente é através deles que descobrimos o que está acontecendo, mas é difícil não se confundir com os fatos como nos são apresentados.

Por isso, você que é professor, tem que ler muuuuito sobre a questão climática até encontrar reportagens que proporcionam uma visão diferenciada sobre o tema. Como a
  • Reportagem Exclusiva
  • do site Rits – Revista do Terceiro Setor.
    Painel Intergovernamental Sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Dados alarmantes a parte – é certo que o planeta está mudando, com temperaturas subindo e perspectivas negativas que vão interferir na vida de todo mundo – na reportagem o professor de física Paulo Artaxo comenta: “não faz nenhum sentido levar pânico à população, em vez de fazer um trabalho educativo, indicando que é necessáriop mudar hábitos de consumo, etc. A mensagem passada era a de que é o fim do mundo, e isso não é verdade”.

    Paulo Artaxo comentava sobre as primeiras reportagens que saíram este ano sobre mudanças climáticas – cuja função, de chocar e despertar para a ação, segundo ele, tiveram efeito contrário. Também concordo: se a Amazônia vai acabar daqui 100 anos, os rios vão secar e 30% de espécies de animais vão desaparecer do planeta, para que tomar atitudes pessoais diante desse quadro catastrófico?

    Outra coisa que pouco se fala na imprensa, e que é abordado nessa reportagem (e que já previa o “profeta” Eduardo Galeano): as regiões mais vulneráveis a essas mudanças climáticas são também as de menor condição sócio-econômica. Todos tendem a pensar primeiramente na Amazônia, mas é em nossa região do semi-árido que pesam, sobre os seus 25 milhões de habitantes, as conseqüências de uma seca sem precedentes em uma história já tão sofrida.

    E você, professor? O que está fazendo para debater o assunto com seus alunos e colegas? Como está buscando conhecimento sobre mudanças climáticas, e associando esse tema à realidade local? Essa reportagem pode ser um ponto de partida. E além do conteúdo sobre meio ambiente propriamente dito, você ainda pode refletir com seus alunos até que ponto a imprensa informa ou desinforma, educa ou deseduca, questiona ou concorda com as decisões políticas que vão interferir, daqui por diante, nessa questão.

    Comentários

    Postagens mais visitadas deste blog

      Esta semana em Brasília ocorre a vigésima edição do ATL - Acampamento Terra Livre, organizado pela APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil).  É a maior mobilização indígena do país e tem uma semana de muitas atividades, incluindo marchas, sessão solene no Congresso Nacional e apresentações culturais. Em 2023 foram seis mil indígenas de 180 etnias participando. Este ano, com certeza, haverá muito mais. Reinauguro este espaço de comunicação que não escrevo há tempos para prestigiar a ATL, vou acompanhar ao vivo no dia 23 de março, diretamente de Brasília, onde estou morando, em parceria com o site Vocativo.com , do premiado jornalista Fred Santana, de Manaus.  Vou acompanhar um trechinho da marcha que eles fazem até o congresso e assistir as duas sessões. Me acompanhem lá pelo Vocativo.com! 

    Quadrinhos, um jeito divertido de ensinar meio ambiente

    A tirinha acima faz parte do projeto Edu HQ , mantido pelo Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, e mantém um acervo com centenas de quadrinhos e pequenas animações, muitas delas feitas por crianças. No item meio ambiente há 173 tirinhas como essa. Trabalhar com quadrinhos na sala de aula e no dia-a-dia é uma viagem... pois a partir da brincadeira é possível levantar vários pontos: refletir sobre o recurso de linguagem, o humor, a ironia, pesquisar o que o autor quis dizer, o que há por trás da história. Já para quem é "gente grande", quadrinhos são sempre um respiro no dia-a-dia... e também ajudam a pensar!

    Encontro de educomunicação no VII Fórum de EA

    Será um encontro e tanto: conseguimos juntar Ismar de Oliveira Soares (do NCE-USP ), Grácia Lopes Lima (do Instituto Gens/Cala-Boca Já Morreu ), Silvio Marchini (Escola da Amazônia), Renata Maranhão (Ministério do Meio Ambiente) e Lara Moutinho (do programa Nas Ondas do Ambiente, do Rio de Janeiro). Essa turma vai participar, entre 28 e 29 de março, do encontro paralelo de educomunicação do VII Fórum Brasileiro de Educação Ambiental , evento que ocorre de 28 a 31 de março no Centro de Convenções, em Salvador. Cada um desses vai falar um pouco sobre um aspecto da educomunicação e vamos fazer a ponte com a educação ambiental. Esperamos que quem abra o evento sejam os grupos de comunicação comunitária do Extremo Sul da Bahia, o Tanara , de Prado, e o Timoneiro , de Caravelas (a confirmar). A idéia é: no primeiro dia de manhã, trazer um panorama a partir dos palestrantes, sobre a educomunicação no Brasil; na tarde do dia 28, abrir o microfone para inscrição de experiências de ed...