Não vou falar em racismo, mas em preconceito. Índios sofrem tanto quanto os negros em algumas de nossas paragens. Mesmo nessa escola de Parintins, onde a maioria dos alunos é de mestiços, muitos deles perguntavam aos saterés "se eles eram índios mesmo". As crianças se deslubraram com índios "gente como a gente".
Aproveito para fazer uma associação entre esse flagrante em Parintins e a educação ambiental: desenvolver o olhar respeitoso para um povo ou uma área de preservação é o primeiro passo para mudar a cabeça dos educandos. Melhor ainda se eles tiverem a oportunidade de manter um contato próximo com a realidade, não vendo índios ou lugares de natureza apenas pelas fotografias, mas ao vivo.
Às escolas que não têm oportunidade de conhecer lugares e pessoas, vale o esforço do professor em abrir corações e mentes de seus alunos para que eles enxerguem muito mais além do conhecem, ou imaginam conhecer. Expandir os limites é o primeiro passo para o respeito a natureza e ao ser humano, quebrando paradigmas e preconceitos. Mesmo que esse conhecimento só seja possível através da leitura, da mídia e também do imaginário.
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