O desenho acima foi produzido por 250 estudantes da Escola Estadual Celso Abbade Mourão, em São José do Rio Preto, interior de São Paulo. Quem organizou a produção foi o professor Ivan Scotelari, que não é de Artes, ou de Informática: ele é professor de Ciências e aprendeu a trabalhar com o computador, em grande parte, sozinho.
Comentários de Ivan sobre a utilização de desenhos animados na sala de aula: “o projeto surgiu como uma iniciativa de unir o gosto pela atividade de desenho que tanto agrada aos alunos, com conceitos de minha disciplina, que é ciências”. “A princípio percebi que os alunos estavam um pouco relutantes em participar do projeto, principalmente pela idéia de terem suas vozes gravadas. Eles sabiam que em eu mostraria os trabalhos de uma classe para outra e estavam receosos das piadas e chacotas quanto as suas vozes e a qualidade de seus desenhos”.
Ivan incorporou, na prática, um dos conceitos da educomunicação, que é o deixar seus educandos produzirem seus próprios conteúdos de animação, sem se importar com o resultado final – mais importante é o processo de produção, que necessariamente envolve troca de conhecimento tando do lado do professor, quanto de seus alunos.
“Iniciei a produção de uma animação em que eu faria todas as etapas. Elaborei a história, criei o roteiro, fiz desenhos, os pintei e gravei minha voz, alterando-a para caracterizar os personagens e a narração. Ficou horrível. Meu alunos, quando viram, riram muito e chegavam até a gargalhar. Eu humildemente admiti que não tinha o talento deles e disse que eu precisaria da sua ajuda para produzir uma história que fosse legal para exibirmos para os alunos da nossa escola. Com isso, a desconfiança inicial foi superada e a primeira fase do projeto tomou forma”, lembra o professor.
A elaboração dos passos em cada fase do projeto permitiu a abordagem e discussão de vários assuntos relacionados com a proteção ambiental, diz Ivan. “O envolvimento dos alunos foi grande e a curiosidade em conhecer o produto final de suas classes e das outras, agiu como um fator a mais de motivação”, conclui.
Esta semana em Brasília ocorre a vigésima edição do ATL - Acampamento Terra Livre, organizado pela APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil). É a maior mobilização indígena do país e tem uma semana de muitas atividades, incluindo marchas, sessão solene no Congresso Nacional e apresentações culturais. Em 2023 foram seis mil indígenas de 180 etnias participando. Este ano, com certeza, haverá muito mais. Reinauguro este espaço de comunicação que não escrevo há tempos para prestigiar a ATL, vou acompanhar ao vivo no dia 23 de março, diretamente de Brasília, onde estou morando, em parceria com o site Vocativo.com , do premiado jornalista Fred Santana, de Manaus. Vou acompanhar um trechinho da marcha que eles fazem até o congresso e assistir as duas sessões. Me acompanhem lá pelo Vocativo.com!
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