A Folha de São Paulo publicou hoje (28 de fevereiro de 2006) reportagem sobre um estudo sobre a violência, realizado pela Organização dos Estados Ibero-Americanos. Segundo esse estudo, 10% das cidades brasileiras concentram 72% dos homicídios registrados durante a pesquisa. E mais: oito das 10 cidades com as mais altas taxas médias desses assassinatos, são localidades com menos de 100 mil habitantes.
Tão assustador quanto o dado de que o perfil da vítima homicídio, na maioria, é jovem, do sexo masculino e negro, está na revelação de quais são cidades lideram esse ranking infeliz. A campeã é Colniza, norte do Mato Grosso e com menos de 15 mil habitantes. Entre as 10 primeiras cidades do ranking, aparecem ainda Juruena (MT), Coronel Sapucaia (MS), São José do Xingu (MT), Vila Boa (GO), Tailândia (PA) e Aripuanã (MT). Lugares onde, certamente, a disputa pela terra é uma das justificativas para a matança.
No Estado de São Paulo, as estatísticas apontam para cidades do litoral como as mais violentas. São Sebastião, que abriga um dos núcleos do Parque Estadual da Serra do Mar, está em 28º lugar no ranking brasileiro – a capital paulista ocupa o 182º posto. E ainda aparece Caraguatatuba, outra cidade com núcleo do parque.
Porque coloco tudo isso no blog? Educadores ambientais ou não, pensem comigo. Lugares pequenos, em regiões dentro ou no entorno de áreas de preservação, aparecem constantemente nesse ranking onde a juventude vai sendo exterminada. Com certeza, são locais onde não há grandes expectativas para essa garotada que provavelmente não encontra motivação para ir à escola. Fico chocada em pensar que lugares ainda pequenos que visitei – de Praia do Sono, em Paraty (RJ), a Fordlândia, no Pará – podem estar num rumo perigosamente próximo do destino de muitas cidades dessa lista. Como era São Sebastião, Caraguatatuba, ou ainda muitas cidades do Norte, antes do desmatamento e da especulação imobiliária?
O que nós, educadores e comunicadores ambientais, podemos fazer para reverter essa situação? Enxergo um papel social na educação ambiental que vai além do “amor à natureza”, ou apenas abordar na sala de aula questões como aquecimento global. Formar consciência crítica, valores, auto-estima, é muito difícil... mas é urgente e funciona, ainda que de pouquinho e pouquinho.
Colegas, insiram seus comentários no post. Quero saber quem e como estão tentando reverter esse e outros rankins negativos pelos rincões do Brasil.
Tão assustador quanto o dado de que o perfil da vítima homicídio, na maioria, é jovem, do sexo masculino e negro, está na revelação de quais são cidades lideram esse ranking infeliz. A campeã é Colniza, norte do Mato Grosso e com menos de 15 mil habitantes. Entre as 10 primeiras cidades do ranking, aparecem ainda Juruena (MT), Coronel Sapucaia (MS), São José do Xingu (MT), Vila Boa (GO), Tailândia (PA) e Aripuanã (MT). Lugares onde, certamente, a disputa pela terra é uma das justificativas para a matança.
No Estado de São Paulo, as estatísticas apontam para cidades do litoral como as mais violentas. São Sebastião, que abriga um dos núcleos do Parque Estadual da Serra do Mar, está em 28º lugar no ranking brasileiro – a capital paulista ocupa o 182º posto. E ainda aparece Caraguatatuba, outra cidade com núcleo do parque.
Porque coloco tudo isso no blog? Educadores ambientais ou não, pensem comigo. Lugares pequenos, em regiões dentro ou no entorno de áreas de preservação, aparecem constantemente nesse ranking onde a juventude vai sendo exterminada. Com certeza, são locais onde não há grandes expectativas para essa garotada que provavelmente não encontra motivação para ir à escola. Fico chocada em pensar que lugares ainda pequenos que visitei – de Praia do Sono, em Paraty (RJ), a Fordlândia, no Pará – podem estar num rumo perigosamente próximo do destino de muitas cidades dessa lista. Como era São Sebastião, Caraguatatuba, ou ainda muitas cidades do Norte, antes do desmatamento e da especulação imobiliária?
O que nós, educadores e comunicadores ambientais, podemos fazer para reverter essa situação? Enxergo um papel social na educação ambiental que vai além do “amor à natureza”, ou apenas abordar na sala de aula questões como aquecimento global. Formar consciência crítica, valores, auto-estima, é muito difícil... mas é urgente e funciona, ainda que de pouquinho e pouquinho.
Colegas, insiram seus comentários no post. Quero saber quem e como estão tentando reverter esse e outros rankins negativos pelos rincões do Brasil.
Comentários
Sem dúvida a educação ambiental tem esse papela social, tanto que hoje se fala em educação socioambiental, não é mesmo? Claro que que ela deve ir além do "singelo amor" à natureza, do "dicurso verde" que a caracterizou por algum tempo! Penso que o problema da violência vai começar a ser resolvido quando essas crianças e jovens tiverem acesso a uma escola de qualidade que faça a diferença na formação de cada um deles, que trabalhe valores, formar consciências críticas como vc mencionou... mas isso não vai bastar se o jovem não encontrar seu lugar no mercado de trabalho!
Hoje coloquei no meu blog dois vídeos da campanha: "e aí? nós não vamos fazer nada?" mas ainda não sei muito bem o que fazer! quando (e se) descobrir, lhe conto!
Um abraço
Miriam
achei interessantíssima a sua abordagem. Parabéns!