
Susan é uma das fundadoras do Instituto de Permacultura e Ecovilas do Cerrado (Ipec - http://www.ecocentro.org/), e enxerga a educação de uma maneira realmente holística, que vai além da visão tecnicista e utilitarista que toma conta de alguns educadores ambientais. Reproduzo, abaixo, entrevista que fiz com a autora na cobertura de um congresso de EA para a revista Nova Escola:
Sustentabilidade é uma palavra que está sendo muito difundida nos noticiários sobre meio ambiente. E sobre “escola sustentável”, você já ouviu falar? Na definição da pedagoga australiana Lucia Legan, trata-se da escola com um ambiente que se auto-sustenta, que inclui não apenas a postura dos professores em relação à natureza e à ética social, mas que também leva em conta aspectos de sua infra-estrutura. Para Lucia, água potável à disposição dos alunos, banheiros limpos e com sistema de esgoto adequado, jardins bem cuidados e outras medidas contribuem para que as crianças aprendam, desde pequenas, a observar o ambiente que as cerca – e a respeitá-lo.
Lucia lançou a segunda edição de seu livro A Escola Sustentável: Eco-Alfabetizando Pelo Ambiente durante o III Encontro Estadual de Educação Ambiental. Além de textos que informam de maneira didática sobre temas sócio-ambientais (como ecossistemas, energia e alimentos geneticamente modificados), a publicação oferece sugestões de atividades para fazer ao ar livre e que despertam na garotada o desejo de experimentar, observar e refletir – três verbos que a autora considera importantes na Educação Ambiental (EA).
Pedagoga com mestrado em Meio Ambiente e Ciências em seu país natal, Lúcia chegou ao Brasil há sete anos. Em Pirenópolis (GO), criou o Ecocentro Ipec (Instituto de Permacultura e Ecovilas do Cerrado). Criado na Austrália, o termo permacultura refere-se a práticas que visam à busca de um ambiente sustentável, sem desperdício de energia, alimentos e espaços, integrando o ser humano aos ciclos da natureza. Por isso, o Ipec é muito procurado por interessados em construções dentro desse conceito, especialmente arquitetos.
Esse referencial também serviu para Lúcia escrever o livro e trazer a filosofia e a prática da sustentabilidade a escolas públicas como a EE Isaltina Cajubi, em Araçuaí (MG). Durante três dias, Lúcia e uma equipe visitam a instituição de ensino e conversam não só com os professores, mas também com os alunos, para saber que melhorias a escola pode fazer. Alunos também participam das mudanças, ajudando a construir parte dessa nova estrutura.
Parece muito difícil implantar mudanças em sua escola? Lúcia avisa: você pode começar até com um minhocário. “A partir de uma caixinha onde as minhocas trabalham a terra, as crianças poderão observar um ciclo da natureza e produzir suas próprias reflexões”, explica a pedagoga. “O importante é que os alunos sejam incluídos nas atividades, seja um minhocário ou a construção de um jardim com árvores frutíferas. Isso tudo depois pode ser incorporado em trabalhos na sala de aula”, completa.
Essa entrevista foi feita durante o lançamento do livro no III Congresso Estadual de Educação Ambiental, que rolou em São José do Rio Preto no final de junho deste ano. Quem quiser saber sobre o que rolou nesse evento pode acessar o arquivo http://revistaescola.abril.com.br/online/cobertura/cobertura_244321.shtml).
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