Pular para o conteúdo principal

Brincadeiras para aguçar o gosto pela natureza

Luiz, 3 anos, e Sabrina, de 4, saem do barulho da garotada e seguem por um túnel escuro, onde são projetadas imagens da fauna e da flora embaixo d'água. O som das bolhas dá alguma sensação de se estar no fundo do oceano. Em outra sala, Lucas, 5 anos, segura um trecho de um barbante que forma uma grande teia com outras crianças. É a sua ligação em uma rede de metáforas onde cada um representa uma parte do planeta - se alguém soltar o barbante, desequilibrará toda a harmonia dessa teia.

Atividades como essa fizeram parte do Ecos do Planeta (www.ecosdoplaneta.com.br), realizado semana passada em São Paulo. Se os estandes estavam pouco atrativos e a Mata Atlântica que tentaram replicar parecia apenas um jardim tropical, vale a pena elogiar o trabalho dos monitores desse evento de educação ambiental, freqüentadíssimo por crianças-estudantes. Muita das dinâmicas desenvolvidas em suas oficinas foram inspiradas nas técnicas do educador americano Joseph Cornell, do Sharing Nature Institute (http://www.sharingnature.com)./

Cornell acredita que determinadas dinâmicas podem sensibilizar as pessoas (no caso, os estudantes) de forma gradual. Para ele, esse tipo de atividade precisa de uma ordem para atingir o máximo da concentração e atenção dos educandos envolvidos - só assim, ele estaria totalmente aberto, por exemplo, a receber informações sobre meio ambiente.

Além da dinâmica da teia, outras "brincadeiras" interessantes são propostas por Cornell, para dar uma dimensão menos utilitária à educação ambiental. Uma delas tive a oportunidade de participar em uma disciplina de pós-graduação com a professora Rita Mendonça, do Instituto Romã (http://www.institutoroma.org.br/), representante da Sharing Nature no Brasil.

É simples: em uma pequena área de mata, com os olhos vendados, uma pessoa é conduzida a perceber uma árvore tocando-a, sentindo-a. Quase sempre, quando a pessoa tira a venda, adivinha qual árvore é correspondente àquela que tocou!

Seu método de trabalho é chamado "Aprendizado Sequencial", cuja descrição está no livro A Alegria de Aprender com a Natureza. Mas o Instituto Romã, com sede em São Paulo, também organiza oficinas de vivências para educadores. O próximo será esta semana no Parque Estadual do Itinguçu, na Estação Ecológica Juréia-Itatins (litoral Sul do estado). Informe-se sobre o curso através do e-mail info@institutoroma.org.br.

Em tempo: a educadora Rita Mendonça concedeu uma bela entrevista para a revista Nova Escola de março/2006, onde ela explica um pouco mais sobre essa metodologia e fala sobre questões ambientais. Confira o link http://revistaescola.abril.com.br/edicoes/0190/aberto/mt_122680.shtml.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

  Esta semana em Brasília ocorre a vigésima edição do ATL - Acampamento Terra Livre, organizado pela APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil).  É a maior mobilização indígena do país e tem uma semana de muitas atividades, incluindo marchas, sessão solene no Congresso Nacional e apresentações culturais. Em 2023 foram seis mil indígenas de 180 etnias participando. Este ano, com certeza, haverá muito mais. Reinauguro este espaço de comunicação que não escrevo há tempos para prestigiar a ATL, vou acompanhar ao vivo no dia 23 de março, diretamente de Brasília, onde estou morando, em parceria com o site Vocativo.com , do premiado jornalista Fred Santana, de Manaus.  Vou acompanhar um trechinho da marcha que eles fazem até o congresso e assistir as duas sessões. Me acompanhem lá pelo Vocativo.com! 

Quadrinhos, um jeito divertido de ensinar meio ambiente

A tirinha acima faz parte do projeto Edu HQ , mantido pelo Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, e mantém um acervo com centenas de quadrinhos e pequenas animações, muitas delas feitas por crianças. No item meio ambiente há 173 tirinhas como essa. Trabalhar com quadrinhos na sala de aula e no dia-a-dia é uma viagem... pois a partir da brincadeira é possível levantar vários pontos: refletir sobre o recurso de linguagem, o humor, a ironia, pesquisar o que o autor quis dizer, o que há por trás da história. Já para quem é "gente grande", quadrinhos são sempre um respiro no dia-a-dia... e também ajudam a pensar!

Parábola da escola animal

Texto inteligente do filósofo Osho, publicado no blog Palavras de Osho . É para se pensar... "Um amigo me enviou esta linda história. Eu gostaria que você a conhecesse; ela pode ajudar. A história se intitula "A Escola Animal". Um dia os animais se reuniram na floresta e decidiram criar uma escola.Havia um coelho, um pássaro, um esquilo, um peixe e uma enguia, e eles formaram uma Diretoria. O coelho insistiu na inclusão da corrida no currículo. O pássaro insistiu na inclusão do voo no currículo. O peixe insistiu na inclusão da natação no currículo. E o esquilo disse que a subida perpendicular em árvores era absolutamente necessária ao currículo. Eles juntaram todas essas coisas e escreveram um roteiro do currículo. Então insistiram em que todos os animais aprendessem todas as matérias. O coelho, embora tirasse um "A" em corrida, teve uma enorme dificuldade em subida perpendicular em árvores. Ele sempre caía de costas. Logo ele teve um tipo de d...